Muito sono e cansaço eram as principais queixas de Andrea Schultz, 44, quando decidiu consultar um médico. A contadora de São Paulo acreditava que os sintomas poderiam ser indícios de estresse ou mesmo de anemia.
“Sabia que parte disso tinha a ver com o fato de trabalhar demais e ser sedentária, mas nada justificava tamanho desânimo. Para a minha surpresa, depois de fazer dois exames de fezes, descobri que meu problema era um parasita”, conta ela, que viu sua disposição melhorar com o vermífugo prescrito pelo médico.
O caso de Andrea não é raro. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que uma em cada três pessoas do planeta está infectada por algum tipo de parasita que, dentre outras consequências, gera sintomas que podem confundir os médicos.
Normalmente, os vermes causam flatulência, diarreia e dor abdominal, os mesmos desconfortos que incomodam quem tem intolerância à lactose. Mas eles ainda podem causar perda de apetite e de peso, tosse, insônia, anemia, excesso de sono, problemas de memória e respiratórios, cansaço e até depressão.
Andrea não faz ideia de como adquiriu o parasita, mas tem vários suspeitos. “Tenho seis cachorros, minha casa atrai esquilos e passarinhos, vou muito à praia e vivo comendo na mesa de trabalho”, conta ela, que depois dessa experiência incluiu o exame de fezes no seu check-up anual.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre verminoses:
Os mais comuns são diarreia, vômito, dores no abdômen, flatulência e fezes volumosas, brilhantes e com odor forte.
Outros que podem gerar confusão e até atrasar o diagnóstico são tosse, insônia, falta de apetite, perda de peso sem motivo aparente, excesso de sono, problemas de memória e respiratórios, cansaço e depressão.
Há vários parasitas que são adquiridos por alimentos contaminados e mal higienizados. É o caso da tênia, encontrada em carnes de boi, peixe ou porco cruas ou pouco cozidas.
O estrongiloidose (Strongyloides stercoralis), que provoca uma infecção intestinal ao penetrar na pele, está presente em áreas contaminadas por fezes humanas.
Outro que costuma incomodar bastante é a lombriga, Ascaris lumbricoides, que infecta a água e os alimentos com seus ovos.
Segundo o microbiologista Jorge Sampaio, do Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, um dos parasitas mais comuns, a giárdia lamblia, pode ser adquirida, por exemplo, em um restaurante que não higienizou as folhas da salada direito.
Mesmo os aparelhos celulares são hoje um importante transmissor de doenças, pois há pessoas que levam o aparelho para dentro do banheiro.
Manter as mãos limpas com água e sabão ou álcool a 70%, cozinhar bem os alimentos, higienizar frutas e verduras e evitar andar descalço em locais que possam ter sido contaminados por fezes humanas.
“Geralmente, o medicamento é o mesmo, mas a dosagem deve ser apropriada para cada faixa etária”, explica a infectologista Marta Fragoso, coordenadora do núcleo de gestão de segurança assistencial dos hospitais Vita, em Curitiba.
Geralmente, são prescritos vermífugos, especialmente os chamados polivalentes, pois combatem diversos tipos de parasitas ao mesmo tempo, têm alta eficiência e mínimo efeito colateral. “Alguns medicamentos necessitam de nova tomada após três semanas em função da eliminação dos parasitas que estavam em fase de larva na primeira dose”, avisa a infectologista Marta Fragoso.
Segundo a infectologista Marta Fragoso, profissionais que lidam diretamente com alimentos, como cozinheiros e auxiliares de cozinha, devem realizar o exame, no mínimo, uma vez por ano. Para outras pessoas, os médicos costumam indicar um exame anual ou em caso de suspeita de infecção.
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