O presidente do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de Piracicaba (SP), José Rubens Françoso, negou na noite de quarta-feira (20) que exista projeto para concessão do serviço de saneamento. A declaração foi feita durante a audiência pública realizada na Câmara de Vereadores para discutir problemas no abastecimento da cidade.
“Não existe privatização no Semae. Quando a pessoa até comenta: ‘olha, está sucateando para vender no preço barato’, eu não estou sucateando nada. Não existe privatização”, garantiu Françoso durante a audiência pública na Câmara Municipal.
O vereador Rerlison Rezende, o Relinho (PSDB), informou ao presidente que funcionários do Semae procuram os vereadores para perguntar se há projeto de privatização da autarquia. “É bom responder para a sociedade”, disse antes de passar a palavra a Françoso.
José Rubens Françoso, presidente do Semae de Piracicaba, durante audiência pública — Foto: Valéria Rodrigues/Câmara de Piracicaba
Além de afirmar que não há projeto, Françoso disse que a Parceria Público Privada (PPP) com a concessionária Mirante, responsável pelo esgoto da cidade, não é privatização. “A PPP não é privatização, é parceria”.
“O Semae repassa o dinheiro para a parceira, a parceira não é dona do dinheiro. Tem uma medição, um valor que ela fez jus ao trabalho. O dinheiro sai do caixa do Semae e o Semae que paga. Águas do Mirante não recebe nada de conta de ninguém, o dinheiro fica no caixa do Semae e é passado”.
“Quem diz isso está dizendo sem conhecimento”, completou o presidente da autarquia.
A audiência começou por volta de 19h30 e, após apresentações feitas por Françoso e pelo diretor-geral da Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ), Dalto Favero Brochi, moradores levantaram problemas e fizeram perguntas.
Parte delas relatava saltos exorbitantes no valor das contas de água entre um mês e outro. Françoso informou, em resposta a um vereador, que estuda a criação de um gabinete para responder aos questionamentos sobre possíveis erros nas contas.
Em outro momento, o presidente também prometeu colocar mais funcionários no atendimento dessas solicitações.
A audiência também foi marcada por momentos de tensão entre vereadores e o presidente. Em um dos casos, durante uma resposta ao vereador Aldisa Vieira Marques, o Paraná (PPS), Françoso usou o termo ingênuo, o que gerou revolta em Paulo Campos (PSD).
Audiência pública com o Semae discutiu problemas no abastecimento de Piracicaba — Foto: Davi Negri/Câmara de Piracicaba
Antes disso, logo após as apresentações dos convocados, André Bandeira (PSDB), vereador-solicitante da audiência, informou que passaria a palavra aos moradores que fariam perguntas, o que revoltou o vereador Laércio Trevisan Junior (PR).
Trevisan reclamou que Bandeira não poderia inverter a ordem e que eram os vereadores que deveriam iniciar as perguntas. Bandeira, então, perguntou ao plenário se Trevisan poderia fazer a pergunta antes, o que foi concedido.
Trevisan pediu que Françoso respondesse aos questionamentos feitos por ele antes que os moradores iniciassem as perguntas, o que Bandeira não permitiu. Com isso, Trevisan deixou a audiência.
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