Grupos realizam protestos na região de Piracicaba; atos são contra reformas da Previdência e trabalhista

Em Limeira, os ônibus municipais voltaram a funcionar por volta das 11h30. Os coletivos estão rodando com horário normal e com 100% da frota, conforme a Prefeitura. O transporte estava parado desde o início do expediente, às 5h.

Os ônibus do transporte municipal de Santa Bárbara d’Oeste (SP) voltaram a funcionar por volta de 12h40 desta sexta. Os motoristas paralisaram às 9h e se juntaram ao ato na praça central da cidade.

Em Piracicaba, a paralisação dos ônibus ocorreu apesar de uma decisão judicial ter determinado que a maioria dos veículos deveria circular. Com descumprimento da determinação, conforme a Justiça, o sindicato da categoria poderá ser multado em R$ 1 milhão. No início da manhã, um grupo estava parado em frente à garagem da empresa e policiais militares também estavam no local.

O juiz Wander Pereira Rossette Júnior da Vara da Fazenda de Piracicaba concedeu uma liminar, solicitada pelo Ministério Público (MP) da cidade, que obriga que o sindicato dos motoristas mantenha 85% das linhas que atendam escolas e hospitais funcionando e 70% nas demais linhas. A paralisação da categoria é prevista das 4h às 11h.

“Defiro a liminar pleiteada e determino que demandado assegure o funcionamento do sistema de transporte coletivo de ônibus na cidade de Piracicaba, com o mínimo de 85% da frota operando em linhas que atendam hospitais e escolas e o mínimo de 70% da frota operando nas demais linhas. Caso haja descumprimento desta medida, incidirá multa de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)”, diz um trecho do despacho.

O sindicato dos motoristas afirmou inicialmente que não foi notificado da decisão do juiz, mas uma assembleia entre os funcionários decidiu que os condutores que quisessem poderiam trabalhar. Parte dos ônibus voltaram a circular por volta das 8h30, ainda com frota reduzida e horários de sábado.

Na quarta-feira (26), a Via Ágil já havia ingressado com um pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) para obrigar o sindicato a manter pelo menos 30% dos ônibus em atividade. No entanto, o desembargador Edmundo Fraga Lopes havia negado o pedido, alegando que o serviço de transporte coletivo não pode ser considerado essencial.

“Haja vista que a atividade da suscitante, transporte coletivo de passageiros, a paralisação de um dia, não colocará em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da comunidade, nego a liminar de manutenção de percentual mínimo”, diz um trecho do despacho de Fraga.

Em Limeira, nenhum ônibus entrou em circulação nesta sexta, conforme informações do sindicato dos motoristas do transporte urbano da cidade. A Prefeitura de Limeira divulgou nota sobre o transporte coletivo da cidade, que ficou parado desde às 5h desta sexta-feira. A previsão é que o serviço volte a funcionar por volta das 12h, conforme a administração.

Em relação à educação, a nota dizia que 10% das escolas atendem normalmente, 52% parcialmente e 38% das unidades estão totalmente paradas.

Já em Santa Bárbara d’Oeste, os motoristas dos ônibus municipais trabalharam até às 9h. De acordo com a empresa responsável pelo transporte na cidade, Nova Via, a partir desse horário os condutores se reuniram na praça central, onde uma manifestação é realizada.

A greve atinge 100% do transporte coletivo da cidade. A previsão é que o serviço volte a operar a partir das 12h.

Manifestantes fizeram uma passeata com faixas contra as reformas da Previdência e trabalhista. O grupo fez caminhada por ruas de Limeira e também gritou palavras de ordem contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas.

Em Cosmópolis (SP), um grupo fechou a entrada da cidade. O acesso ao município pela Rodovia Zeferino Vaz foi cercado pelos manifestantes.

Por volta das 8h, teve início uma manifestação também em Piracicaba. Com camisetas de entidades sindicais, faixas e cartazes contra as reformas trabalhista e da Previdência, os manifestantes realizam uma caminhada por avenidas e ruas da região central do município. Não há registro de confusão.

Cerca de 30 entidades sindicais, estudantes e profissionais da educação se reuniram na região do Terminal Central Integração, por volta das 8h. A manifestação é pacífica. Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran) acompanham o protesto.

Às 10h, a PM estimou 300 pessoas no ato. A Força Sindical falou em 1 mil participantes. Por volta das 11h, o número estimado pelos organizadores aumentou para 3 mil pessoas na região da Rua Governador Pedro de Toledo, onde todas as lojas estavam fechadas e os funcionários se posicionaram do lado de foram dos estabelecimentos. A PM estimou 1.5 mil participantes às 11h na área.

Nem todos os comerciantes da área central de Piracicaba abriram as portas nesta sexta-feira devido à greve geral. Na quinta-feira (27 ), o sindicato dos trabalhadores do comércio confirmou ao G1 por telefone que fez orientação entre lojistas sobre possibilidade de vandalismo durante os atos, já que a entidade não teria como “controlar os manifestantes”. Conforme o presidente Roberto Previde, o aviso foi para preservar os funcionários.

Os protestos organizado pelas centrais sindicais em todo o país é contra as reformas da Previdência e trabalhista que tramitam no Congresso Nacional. Na última quarta-feira(26), o plenário da Câmara dos deputados aprovou por 296 votos favoráveis e 177 contrários o texto da reforma trabalhista, que agora segue para ser votado no Senado. Já a votação do relatório sobre a reforma da previdência na comissão especial da Câmara foi adiada para a próxima quarta-feira (3).