A técnica de enfermagem Elizabette Santos Ramos, de 35 anos, e a vigilante Gisele Renta Anibal, de 34, são casadas e afirmam que foram vítimas de preconceito em uma casa noturna dePiracicaba (SP). O casal diz ter sido proibido de se beijar na boca por um segurança, que falou que elas teriam de se retirar. O caso foi registrado como difamação pela Polícia Civil. O proprietário nega.
Elas dizem que estavam com amigos e familiares no Celeiro Bar e, após um beijo na boca, o funcionário do local as recriminou pela atitude. “Ele gritava que, se continuássemos, teríamos que sair”, afirmou a técnica de enfermagem, que continuou: “Casais heterossexuais também se beijavam, mas o segurança gritou só com a gente”.
Elizabette disse ainda que a esposa ficou muito nervosa e elas precisaram ir embora com os familiares. “Nunca senti um preconceito tão grande como esse e espero não ter que passar por isso novamente quando estiver em algum ambiente público.” A cena aconteceu na madrugada de domingo (22), mas o boletim de ocorrência foi registrado pelo casal na segunda-feira (23).
‘Assediando homens’ De acordo com Elizabette, o segurança dizia em voz alta que o estabelecimento não era apropriado para o comportamento delas. “Ele dizia que estávamos assediando os homens presentes com a nossa atitude”, afirmou a técnica de enfermagem. A mulher afirmou ainda que já esteve com a esposa na casa noturna outras vezes, mas que isso nunca tinha ocorrido.
Casal disse ter sofrido discriminação após beijo na boca (Foto: Elizabette Ramos/ Arquivo pessoal)
O boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado apenas como difamação e não menciona discriminação ou homofobia. Segundo a técnica de enfermagem, foi a própria Polícia Civil que informou que o registro teria de ser feito dessa forma.
O G1 entrou em contato com a Polícia Civil, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.
‘Sem clima’ O casal disse que foi ao Celeiro Bar com amigos e familiares após sair de um show do cantor Amado Batista, evento que começou na noite de sábado (21) em um clube da cidade e terminou na madrugada de domingo. Elas afirmaram que estavam felizes, mas após a situação com o segurança não tinham mais condições de permanecer na casa noturna.
Elizabette contou que tentou falar com a gerência do estabelecimento após o ocorrido, mas o responsável não foi chamado e elas foram atendidas pelo chefe da segurança. “Não tinha mais clima nenhum. Minha irmã e meu cunhado ficaram chocados com a situação. Só que nenhuma medida foi tomada e ficou tudo por isso mesmo, por isso resolvemos ir à polícia”, afirmou.
Celeiro Bar O G1 entrou em contato com o Celeiro Bar e um funcionário passou o telefone do proprietário. O homem, que não quis se identificar, afirmou à reportagem que acompanha todas as festas realizadas no local e negou que os fatos relatados pelo casal tenham ocorrido no estabelecimento. “Nada disso aconteceu. Estão querendo arrumar briga na Justiça para ganhar dinheiro”, afirmou.
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