20/07/2017 – Aprenda a escrever na areia

(CD volume 1)

Era uma vez dois amigos que vijavam pelas montanhas da Persia.

Certa manhã, chegaram as margens de urn grande rio.

Ao tentar atravesá-lo, o jovem Mussa caiu em suas aguas como nao sabia nadar começou a se afogar. Ao ver o amigo naquela situação,

Nagib atirou-se nas correntezas e conse­gulu salvá-lo.

Logo que se recuperou do susto, Mussa chamou Os seus ajudantes e ordenou que escrevessem na maior pedra do lugar esta legenda:

“Viajante, neste lugar, durante uma viagem, Nagib salvou heroicamente o seu amigo Mussa”.

A viagem Continuou e meses depois, quando regressavam e atravessavam o mesmo rio, resolveram passar ali a noite.

Senta­dos na areia, puseram-se a conversar De repente uma desavença e uma discussão começou.

Nagib, exaltado, num impeto de c6lera, esbofeteou o amigo. Mussa tomou bastão e escreveu na areia, ao pé da grande pedra:

“Viajante, neste lugar, durante uma viagem Nagib, por motivo fútil, injuriou gravemente o seu amigo Mussa”.

Surpreso e irritado, um dos seus ajudantes comentou “Senhor, na primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib,

o senhor mandou gravar para sempre na pedra o feito herócio. E agora que ele acaba de ofender-vos, vos limitais a escrever na areia Incerta o ato de covardia?

A primeira legen­da ficará para sempee, mas esta, antes do despertar do dia, ja terá desaparecido corn o vento…” Mussa respondeu: “É que o benefício que recebi permanecerá para sempre em mim, mas a injúria, escrevo-a na areia para que, quando de­pressa apagar-se depressa tambem desaparecera da minha Iembrança”

Boa história, mostra como a raiva pode danificar as relações. A sociedade moderna defende a expressão da raiva como algo positivo e saudável:

não se deve levar desaforo para casa, faz mal para a sua saude. Sera?

Churchill dizia justamente o contrário: “Ninguem ja­mais teve dor de estômago por engolir palavras cruéis que deixou de dizer”.

Cuidado com essa moda de por tudo para fora, nesse vómito enfurecido destruímos meio mundo e depois temos que recolher os cacos.

Ficamos corn o saldo da raiva, relaciona­mentos desgastados pelas besteiras que fizemos…

Nao deixe a raiva ocupar grandes espaços no seu cora­ção; quando ela bater em sua porta, aprenda a escrever na areia, afinal, como diz o provérbio chines:

Se vocêe for pa­ciente no mornento de raiva, escapará de cern dias de pensar.