(CD volume 14)
Seu armando era comerciante na cidade de Macapá, capital do Amapá, e por duas vezes durante a semana viajava para a cidade de Oiapoque, distante 600km, para levar e trazer mercadorias. Fazia isso por mais de dez anos e tinha por costume jamais ceder carona a quem quer que fosse. Certa feita, numa manhã, quando voltava de sua viajem, um homem que vinha na estrada sozinho acenou-lhe pedindo carona, mas Armando, como de hábito, ignorou o pedinte.
Uma hora de viajem havia se passado desde que passara pelo pedinte quando uma das rodas traseira de seu caminhão deslocou-se do eixo e foi parar em uma ribanceira. Armando desceu do veículo para resgata-la, mas percebeu que não que era algo que podia fazer sozinho, devido a altura da ribanceira e ao peso do objeto. Agora era Armando que necessitava de auxílio. Ficou durante horas na beira da estrada pedindo socorro para os poucos veículos que passavam, mas ninguém parava. Lembrou-se do pedinte a quem negara carona, que podia estar ali para ajuda-lo. Chegou a crer que o homem havia lhe amaldiçoado, lhe jogado praga.
O sol já estava a se pôr quando Armando percebeu ao longe, na estrada, a silhueta de um homem surgir. Animou-se com a possibilidade de ser ajudado. Mas qual não foi sua surpresa ao perceber que o homem que se aproximava era justamente o mesmo que deixara para trás pela manhã. O homem, que parecia cansado dos castigos do sol, ofegante, o cumprimentou. Armando relatou a situação e pediu sua ajuda, com a promessa de que o recompensaria levando-lhe na viajem. Ambos desceram o pequeno abismo para buscar a roda, e foi o próprio homem quem cuidou de repo-la no lugar de onde havia se soltado. Feito o reparo, seguiram viajem.
Já se encontravam a mais ou menos a quarenta (40) minutos do local de partida quando Armando começou a perder os sentidos e sofreu um desmaiou. Acordou na manhã seguinte no leito de um hospital de uma cidade vizinha ao seu destino. Ao recobrar os sentidos chamou a enfermeira querendo saber do homem e de seu caminhão carregado de mercadorias. A enfermeira disse-lhe que não sabia de nada, apenas que foi deixado ali por um homem que já havia partido, e que também não havia nenhum caminhão estacionado nas proximidades. Armando perturbou-se com a possibilidade de ter sido roubado.
Pediu para fazer um telefona para sua família para que soubessem do sinistro, mas assutou-se ao saber que o homem já havia lhes dado noticia sobre sua internação e entregue pessoalmente o caminhão em sua casa, com toda a carga que havia; que deveria ficar tranquilo, pois um de seus filhos já havia saído da cidade para ir busca-lo também. E foi através desta experiência que Armando recebeu uma de suas maiores lições de vida: A mão que nos pede agora, pode ser a mesma que nos socorrerá mais tarde!
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