As apresentações da 28ª edição da Paixão de Cristo de Piracicaba estreiam neste domingo (9), às 20h, no Engenho Central. No interior de São Paulo, o espetáculo apresentado há quase três décadas durante a Semana Santa, é um dos pioneiros na captação de recursos via Lei Rouanet, segundo a organização.
O Ministério da Cultura (MinC) informou que 20 projetos inscritos pela Associação Cultural e Teatral Guarantã, responsável pelo espetáculo, foram aprovados pela lei de incentivo fiscal. A Caterpillar Brasil foi o primeiro patrocinador neste mecanismo de fomento e participa até esta edição.
As encenações podem ser conferidas em palco a céu aberto de 8,5 mil metros quadrados de montagem, no Engenho Central de Piracicaba, até o Domingo de Páscoa (16). Uma das novidades desta edição é que na Sexta-Feira Santa (14) haverá sessão extra, com duas apresentações no mesmo dia, às 17h e às 20h.
“Com a participação de voluntários, formado por um grupo com cerca de 350 pessoas, entre figurantes, artistas e técnicos, é uma das maiores montagens cênicas do país e a maior de todo centro sul do Brasil”, disse a organização.
Em 1997, na oitava edição da Paixão de Cristo de Piracicaba, a Associação Cultural e Teatral Guarantã, responsável pelo espetáculo, iniciou a tentativa de captação de recursos.
“A Lei Rouanet tem um papel importante no processo de crescimento e continuidade da encenação. A associação inscreveu seu primeiro projeto para montagem de 1997, mas não teve captação porque, naquela época, as empresas ainda não tinham pleno conhecimento do mecanismo”, contou o produtor cultural Marcos Thadeus.
Montagem da 26ª Paixão de Cristo de Piracicaba conta com cerca de 20 cavalos (Foto: Claudia Assencio/G1)
“No ano seguinte, o projeto foi novamente inscrito com aprovação para captação pelo Ministério da Cultura e, desde então, temos realizado a Paixão de Cristo de Piracicaba com recursos da Lei Rouanet há 20 anos continuamente”, comentou.
O projeto da encenação da Paixão de Cristo de Piracicaba também conta com outros mecanismos de financiamento como Recursos da Prefeitura Municipal e também foi pioneiro no sistema ProAC-ICMS em 2006.
“Os valores aportados possibilitaram o crescimento do espetáculo e a profissionalização de muitos técnicos e artistas na cidade possibilitou o fortalecimento da economia criativa na cidade”, disse.
Paixão de Cristo em Piracicaba (Foto: Nikolas Capp/G1)
Para o presidente do Guarantã, Deiwson Sousa, o segredo da longevidade do espetáculo está na força do voluntariado. “É exatamente na participação popular que mora a eficácia da Paixão de Cristo de Piracicaba. Não temos profissionais, apenas gente do povo participando, muitas vezes por tradição, mas também por amor”, afirmou.
O local da encenação é o Parque Engenho Central – antiga usina de açúcar localizado às margens do rio Piracicaba, no interior de São Paulo. A direção artística é de Viviane Palandi, que contara com a assistência de Marcelo Torrezan e Vagner Chiarini.
Pelo Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic) do Ministério da Cultura, há localizados projetos para a Paixão de Cristo de Piracicaba de 1999 a 2017, apresentados pelo mesmo proponente, a Associação Cultural e Teatral Guarantã.
Segundo o MinC, pelo histórico, 20 projetos foram aprovados, com autorização para captar R$ 7.551.589,55. Dois deles, referentes aos espetáculos de 1999 e 2001, tiveram apoio direto do Ministério via Fundo Nacional de Cultura – um dos mecanismos da Lei Rouanet – em um total de R$ 85 mil.
Os demais projetos foram realizados via patrocínio no valor de R$ 2.924.325,00 pelo mecanismo de incentivo fiscal da Lei, no qual os apoiadores destinam parcela do Imposto de Renda devido à realização de projetos culturais.
26ª edição da Paixão de Cristo de Piracicaba começa neste sábado (28) (Foto: Claudia Assencio/G1)
Neste ano, o espetáculo será voltado ao amor, segundo o ator Felipe Trevilin, que faz o papel de Jesus Cristo. Ao G1, o ator disse que interpretar o personagem é o maior aprendizado. “Fazer Jesus é viver um dos seus maiores ensinamentos: o amor ao próximo”, disse.
“É o que busco como aprendizagem pessoal, para que no decorrer dos ensaios e nas apresentações, o público possa sentir isso também”, completou o ator. Em 2016, Trevilin fez o papel de João Batista.
O papel de Maria este ano também é novidade: a atriz Magna Eliez, que já atua no espetáculo há 25 anos, viverá a mãe de Cristo. Ela já interpretou outras mulheres na montagem de edições anteriores.
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