Crise afeta venda de tradicional bolo do santo casamenteiro em Piracicaba

A crise econômica não perdoa nem mesmo uma tradição mantida há décadas. Neste ano, até a expectativa de vendas do famoso bolo de Santo Antônio, padroeiro da Diocese de Piracicaba (SP), foi reduzida e ficou abaixo da esperada para 2016. O pároco da Catedral Ronaldo Franscico Aguarelli, afirmou que a estimativa chega a 3 mil pedaços, mil a menos que na mesma época de 2015, quando antes mesmo da distribuição das encomendas aos fiéis, no dia 13 de junho, já eram registrados 2 mil pedidos.

Lembrado entre os devotos solteiros à espera da pessoa amada, o Santo Antônio é conhecido como santo casamenteiro, mas a celebração da próxima segunda-feira (13), data em que é homenageado com feriado municipal, deverá ter mais orações que vendas.

“Temos consciência de que o Brasil passa por situação financeira difícil e isso se reflete em tudo”, disse o pároco Aguarelli. “Até agora, três dias antes da distribuição dos pedaços de bolos, vendemos cerca de 1 mil unidades, metade da pré-venda registrada no ano passado”, detalhou.

A economia não é apenas dos fiéis. Para manter o preço de R$ 20 a unidade, o tamanho do pedaço também foi reduzido de um quilo para 700 gramas. Mas o pároco justifica a mudança e garante: “optamos por investir no diferencial do recheio do bolo, que será de doce de leite, antes era de goiabada”, disse.

A distribuição do tradicional bolo de Santo Antônio ocorrerá na segunda-feira (13), das 5h das 12h. O pároco ressaltou que apesar da alta de preços em todos os setores, não reajustou o valor do pedaço nem dos outros quitutes oferecidos na quermesse, realizada nos dias 10, 11,12, 13, 17,18, 24 e 25 de junho na Praça da Catedral de Piracicaba.

Segundo o pároco, as doações recebidas diminuíram. “Sabemos que a situação está ruim para todo mundo e agradecemos demais aos fiéis. Mesmo com a contenção de despesas dificuldades, o povo se mostrou bom e generoso”, declarou.

A receita da igreja foi reduzida em até 20% se comparada ao ano passado. As despesas com manutenção, energia e tributos da Catedral chegam a 60 mil por mês, segundo o padre. “A igreja é antiga e a estrutura dela é complexa. Temos funcionários e três padres”, relacionou.