(CD volume 7)
No dia que nasceu Carmenzita, seu pai, não sentiu grande alegria. Ele queria um filho homem!!!!
Em poucos meses ele se deixou cativar pelo sorriso da linda filha e pela infinita inocência de seu olhar fixo e penetrante, foi então que ele começou a ama-la com loucura.
Sua carinha, seu sorriso não se apartavam mais dele. Ele fazia planos sôbre planos, tudo seria para sua Carmenzita.
Numa tarde reunidos em familia, quando Carmenzita perguntou a seu papai: Papai,… Quando eu completar quinze anos, qual será meu presente?
Ele lhe respondeu:Meu amor, você tem apenas sete aninhos, não lhe parece que falta muito tempo para essa data?Bem papai,… o senhor sempre diz que o tempo passa voando, ainda que eu nunca o tenha visto por aquí.
Bem o tempo passou e Carmenzita já tinha quatorze anos e ocupava toda a alegria da casa, especialmente o coração de seu pai.
Num Domingo indo para igreja, Carmenzita tropeçou, seu papai de imediato agarrou-a para que não caisse…
Já no banco da igreja, a garota foi caindo lentamente e quase perdeu a consciência.
Seu pai a segurou e a levou imediatamente para o hospital.
Alí permaneceu por dez dias e foi então quando lhe informaram que ela padecia de uma grave enfermidade que afetava seriamente seu coração.
Os dias foram passando, seu pai renunciou a seu trabalho para dedicar-se a Carmenzita.
Todavia, sua mãe, decidiu trabalhar, pois não suportava ver a filha sofrendo tanto.
Numa manhã, ainda na cama, Carmenzita perguntou a seu pai:Os médicos te disseram que eu vou morrer?
Não meu amor… Deus que é tão grande, não vai permitir que eu perca o que mais tenho amado neste mundo.
E ela completou:
Quando a gente morre vai para algum lugar?Podemos ver lá de cima nossa família?Sabe se um dia podemos voltar?
Bem filha,… na verdade ninguém regressou de lá e contou algo sôbre isso, porém se eu morrer, não te deixarei só, onde eu estiver buscarei uma maneira de me comunicar com você, e em última instância utilizaria o vento para estar ao seu lado.
O vento? E como você faria?
Não tenho a menor idéia filhinha, só sei que se algum dia eu morrer, sentirá que estou com você, quando uma suave brisa tocar seu rosto.
Nesse mesmo dia à tarde, os médicos informaram que Carmenzita necessitava de um transplante de coração, pois do contrário ela não teria mais chance de vida.
UM CORAÇÃO!ONDE CONSEGUIR UM CORAÇÃO?
Ela permaneceu no hospital por quinze dias e em nenhuma vez seu papi foi visitá-la.
E foi numa sexta-feira a tarde quando conseguiram um doador. Foi operada e tudo saiu bem.
Os médicos lhe deram alta e ela foi para sua casa.
Nesse mesmo mes, Carmenzita completaria seus quinze anos. .Ao chegar em casa com ansiedade gritou:
Papai! Papai!… Onde você está?
A mãe sai do quarto com os olhos marejados e lhe diz:
– Aquí está uma carta que seu papi deixou para você.
…e a carta dizia…
“Carmenzita, filinha do meu coração: No momento em que ler minha carta, já deve ter quinze anos e um coração forte batendo em seu peito, essa foi a promessa que me fizeram os médicos que te operaram. Não pode imaginar o quanto lamento não estar a teu lado neste instante.
Quando soube que morrerias, decidí te dar a resposta da pregunta que me fez quando tinha sete aninhos.Decidí te dar o presente mais bonito que ninguém jamais faria por minha filha… Te dou de presente minha vida inteira sem nenhuma condição, para que faças com ela o que quizer.Vive filha!! Te amo com todo meu coração!!
“Carmenzita chorou por todo o dia e toda a noite; No dia seguinte foi ao cemintério e chorou tanto como ninguém poderia chorar e sussurrou:” Papai,… agora posso compreender quanto me amavasNesse instante as copas das árvores balançavam suavemente, cairam algumas folhas e uma suave brisa roçou a face de Carmenzita que olhou para o céu, tentou enxugar as lagrimas de seu rosto, se levantou e voltou para casa.
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